“Um
cão cansado é um cão bem comportado!”
Isto
tem sido dito de forma intuitiva ao longo dos anos, mas existe uma base
fisiológica que confirma esta afirmação.
A
investigação mostra que a estimulação física exerce uma influência terapêutica
significativa na fisiologia do cão (Lindsey 2000). O exercício físico estimula
a produção de serotonina, noradrenalina e certas endorfinas (hormonas do prazer
e bem-estar), o que explica porque é que a estimulação física tema a capacidade
de alterar o humor de forma tão significativa. O exercício estimula a
libertação de noradrenalina e de várias hormonas do eixo
hipotalâmico-pituitário-adrenocortical (HPA), como são os casos das hormonas
betaendorfinas, a hormona adrenocorticotrófica e o cortisol (Lindsey 2000). O
exercício breve e explosivo pode exercer uma influência stressante negativo
sobre o corpo enquanto que a estimulação física mais moderada e de maior
duração produz os efeitos benéficos mencionados anteriormente.
Numa
prova de força com cães os investigadores chegaram à conclusão que o exercício
agudo tende a gerar angustia nos animais e a reduzir a quantidade de
noradrenalina, provocando, em alguns casos, indefesa aprendida (decisão de não
se defender). Concluiram também que o exercício regular favorece a actividade
noradrenégica e aumenta as quantidades de noradrenalina armazenadas em diferentes partes do cérebro e
de serotonina na amígdala central (Lindsey 2000). Parece então existir uma base
fisiológica que apoia o uso da estimulação física regular em caso de cães que
sofrem de stress, ansiedade, reactividade ou agressividade. Lindsey descreve o
seu uso da seguinte maneira:
“A
descoberta que o exercício favorece a actividade serotonérgica é importante para
o uso do exercício no controlo de problemas comportamentais relacionados com o
stress. Dentro da neuroeconomia do cérebro, a serotonina joga um importante
papel moderador sobre o stress e o controlo de comportamentos impulsivos
indesejáveis. Dey e seus colegas (1992) apresentaram um prometedor estudo que
fundamenta que a relação funcional entre a produção de serotonina e o exercício
ao demonstrar uma alteração significativa da actividade serotonérgica central em
cobaias expostas a um exercício regular. Chegou-se à conclusão que o exercício
regular gerava um incremento sustentável e marcado do metabolismo da serotonina
em várias áreas do cérebro, incluído o córtex cerebral. Os autores sugerem que
o córtex é provavelmente o lugar do sistema nervoso que medeia os exercícios
benéficos do exercício sobre a depressão. Os estudos mencionados anteriormente
corroboram a hipótese de que o exercício, especialmente o exercício diário e a
longo prazo, tem em potência efeitos benéficos sobre a neuroeconomia do cão…
Genericamente,
a resposta ao exercício dos subtipos receptores da serotonina foi muito similar
aos efeitos produzidos por antidepressivos tricíclicos” (Lindsey 2000)
Brevemente
iremos publicar um artigo sobre os melhores exercícios físicos a realizar com e
por um cão, e os exercícios adequados em função do cão que temos em casa.
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