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23/08/08

Factores de Dominância

O cão começa a estabelecer relações competitivas com cerca de 1 mês de vida. Podemos medir o grau de dominância de um individuo enfrentando-o com outro espécime. A diferença entre vitórias e derrotas do nosso exemplar nos enfrentamentos tidos é o que determina o seu Grau de Dominância.

Esta medição é relativa e só nos indica o grau de um exemplar em relação ao outro com quem está em contenda. Chama-se a este o Grau de dominância lógico, pois não significa que se A é dominante sobre B e B sobre C, A o seja sobre C.

Quando queremos saber o grau de dominância de um individuo dentro do grupo ou a magnitude da diferença de graus de cada um deles, utilizamos a Taxa de dominância, calculada para cada individuo como sendo o número total de vezes que ganha enfrentamentos, dividido pelo número das contendas em que esteve implicado com os diversos membros do grupo.

A pergunta que tem originado mais estudos sobre este tema é: o que faz com que um individuo seja ou não dominante? Numerosos etólogos lançaram as suas hipóteses e predições com diversos factores analisados. O etólogo Ketterson em 1979 realizou correlações múltiplas passo a passo tentando relacionar todas as variáveis entre si. O resultado foi que o factor mais importante é o tamanho, seguido da familiarização com a zona, a idade e finalmente o sexo. Os níveis de Testosterona são também um sinal de dominância quando se encontra muito elevado no sangue do individuo

Além das características fenotípicas, o genotipo pode também ter importância na hora de determinar o status de um individuo dentro do grupo. É certo que os filhos dos dominantes também têm tendência para o ser mas… Não será que estes cachorros desfrutam de um meio superior em relação aos demais? Não estará melhor alimentado e protegido um cão filho de um Alfa que um filho de um Beta? O etólogo Westman experimentou com ovos de aves mudando-as do ninho dos dominantes para o ninho dos subordinados e observou que os comportamentos das crias tinham mais a ver com os dos pais adoptivos do que com os dos pais biológicos. Podemos interpretar esta realidade com o facto de que as fêmeas e os machos dominantes dão mais valor aos cuidados parentais respectivos do que os seus congéneres subordinados. Assim se explica que os filhos de indivíduos dominantes apresentem melhores características para competir.

Entretanto vimos que os cães filhos de dominantes têm uma possibilidade muito alta de ser também dominantes sobre os outros cães filhos de subordinados e, para essa tendência, influi o carácter dos pais e as características ambientais da sua Ontogenia.

Resumindo; filogeneticamente[1] tendem a ser dominantes e ontogenicamente[2] podem chegar a sê-lo se os cuidados parentais e de imprinting[3] sejam realizados por individuos Alfa.

Pelo que foi exposto, pode-se melhorar enormemente o carácter de uma ninhada de pais medíocres se fizermos com que a ninhada seja criada por outros pais adoptivos de elevado status social.

Glossário:

[1] Padrões filogenéticos - Condutas inatas ou herdadas

[2] Padrões ontogenéticos - Condutas que o animal desenvolve desde o seu nascimento e durante toda a sua vida

[3] Imprinting - É a primeira e mais duradoura forma de aprendizagem. Faz com que um animal se identifique como membro de uma determinada espécie. Este período critico ou sensível produz-se entre as oito e as doze semanas de vida

1 comentário:

Jyckie disse...

Bonjour de France.
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http://www.jacquelinepeytavi.com