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02/09/08

Relação com a espécie Humana

Desde sempre os cães trataram de se adaptar ao homem em todos os factores que os rodeiam. Assim adquiriram uma riqueza fónica superior ao da do Lobo, utiliza o nicho trófico do humano (alimenta-se do mesmo que este) e inclusivamente, mudou a sua morfologia para poder acompanhar o seu amigo na viagem dos tempos. O que nunca poderá evitar é deixar de se integrar num sistema hierárquico de grupo imprescindível para a sua própria sobrevivência. Se nas suas relações com o homem não estiver claro qual é a espécie dominante, ambos terão sérios problemas de adaptação mútua.

O adestrador, guia ou dono deve induzir no seu cão que ele, o humano, é o espécimen que está acima do próprio dominante da matilha. Como nós os humanos, possuímos algo que falta ao cão (uma inteligência quantitativamente superior), a tarefa é bastante fácil. Em termos gerais podemos dizer que a “única” coisa que devemos fazer é integramos na sua pirâmide hierárquica e colocarmo-nos no vértice, em primeiro lugar. Esta acção obriga-nos, como bons dominantes, a:

- Premiar qualquer conduta adequada.
- Castigar a desobediência.
- Administrar-lhe o recurso.
- Manter, na medida do possível, o seu êxito reprodutor.
- Não o castigar brutalmente (excepto em caso de disputas de nível hierárquico).

Um cão que é protegido pelo seu líder deve ver satisfeitas todas as suas necessidades, mas também deve saber quando ladrar ou calar-se na sua presença, morder ou deixar que lho “faça” o seu líder, acercar-se de uma fêmea ou “observar” a expressão do seu chefe… Em definitivo, nós devemos comportar-nos com ele como cão dominante e ele, como cão subordinado.

O conceito de castigo ou brutalidade deve ser analisado conscientemente antes de se decidir a aplicá-lo. Os cães não sentem a dor como nós, quer dizer, as suas manifestações não são as mesmas. Se bem que a concepção de dor implica as mesmas terminações nervosas que no homem, o seu nível de percepção é muito distinto do nosso. Inclusive entre as raças ou entre indivíduos da mesma raça esse nível varia de uma forma ostensiva.

O Humano deve ser o “SUPERALFA”

Muitos adestradores, guias ou donos, têm por habito integrar-se na hierarquia tentando assim, que o cão nos tome por macho ou fêmea Alfa da sua matilha, sem pensar que é impossível que o nosso cão nos “confunda” com outro cão Dominante. Ele sabe muito bem a que espécie pertencemos e a qual ele pertence. A nossa missão portanto, será a de nos impormos ao Alfa da matilha, ou seja, convencê-lo de que se ele é o Alfa, nos somos o SUPERALFA.

A sua relação com os humanos foi estabelecida antes do Neolítico e está baseada num Comensalismo ou, nalguns casos, numa relação de Simbioses. Esta relação contribui em cada espécie para o seguinte:

No cão

- Melhora a sua atitude em relação à sobrevivência já que obtém comida, evita a depredação e optimiza o seu Êxito Reprodutor.
- Melhora a sua atitude gregária e social, porque se integra numa sociedade mais ampla.

No Homem

- Pode optimizar a segurança o mesmo é dizer, a sobrevivência do seu grupo humano.
- Optimiza a necessidade gregária que também o homem possui.
- Nalguns casos pode, inconscientemente, converter-se num terapeuta que eleve a taxa de atitude humana, diminuindo os perigos de certas doenças (depressões, demências, etc.)

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