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01/12/08

Crianças e Cães

Muitos dos problemas que surgem entre crianças e cães, infelizmente terminam em tragédia, com a criança a ser mordida, com maior ou menor gravidade, podendo sofrer graves danos físicos e emocionais para o resto da sua vida e o cão a ser abatido.

Aos primeiros sinais de conflito entre ambos, devem ser tomadas medidas preventivas imediatamente. Quando um cão morde uma criança a responsabilidade é sempre do adulto que tem ambos ao seu encargo.

Se a criança e o cão não se entendem gerando uma relação conflituosa, é porque houve uma falha não só na socialização do cão, na idade respectiva, como na educação da criança que não sabe respeitar o cão como tal. Desculpas e explicações são inúteis depois do acidente ter acontecido. A criança nunca deve pagar o preço da ignorância e da negligência do adulto.

Inclusivamente no caso de que proprietário do cão não tenha filhos, nem tenha intenção de os vir a ter, deve ensinar o cão a aceitar as crianças e a comportar-se correctamente na sua presença. Haverá sempre um dia em que seremos visitados por amigos que possuem filhos e aí poder-se-á desencadear o problema. Uma criança ser mordida por um cão, além de ser doloroso para aquela é muito problemático para o dono do cão.

Há que estar muito atento às seguintes situações:

- Nunca deve permitir que o cão agarre com a boca os brinquedos das crianças. Se isso acontecer, ensinamos a criança a nunca tentar tirar-lho da boca e pedir a um adulto para o fazer.

- Não permitir que crianças e cães joguem à bola juntos, pois inevitavelmente irão produzir-se confrontações com consequências imprevisíveis.

- Ensinar a criança que não deve correr na presença de um cão, já que irá incitar o cão a persegui-lo desencadeando-lhe o instinto de caça.

- Ensinar o cão a não saltar com o propósito de saudar as pessoas, pois irá, de certeza, assustar as crianças.

- Não permitir que crianças e cães durmam juntos. Esta intimidade pode ser mal interpretada pelo cão dando como resultado comportamentos dominantes para com a criança. Também pode dar lugar a reacções alérgicas nas crianças.

- Não permitir que crianças e cães comam juntos. A proximidade da comida é um factor que pode desencadear um estado de alerta, especialmente intenso, no cão e possivelmente ter como resultado agressividade por dominância.

- Ensinar à criança um dos princípios básicos da linguagem canina que é o facto de que o abraçar um cão, para o humano, é uma demonstração de afecto, mas para o cão esse acto pode ser interpretado erroneamente como sendo um gesto de dominância com consequências catastróficas. Etologicamente só existe abraço quando existe uma tentativa de monta e é nesse contexto que o cão interpreta um abraço humano.

O adulto deve sempre mostrar respeito por todos os animais e formas de vida. Está provado que as crianças reproduzem as atitudes dos seus pais na grande maioria dos casos. Apesar disso, as crianças podem ser excelentes adestradores quando têm bons mestres. Através de estudos realizados concluiu-se que as crianças são significativamente mais rápidas que os adultos no ensino de novos comportamentos.

Com este artigo pensamos que ajudámos a contribuir para uma mudança de mentalidades em relação à convivência entre o cão e o seu companheiro humano mais novo. Queríamos sublinhar que, um cão é a evolução de um animal selvagem, o Lobo, como tal, a sua fiabilidade é colocada em causa quando os instintos básicos de sobrevivência e reprodução se sobrepõem a qualquer tipo de convivência com o seu domesticador. Com isto queremos dizer que um bebé ou uma criança nunca devem ser deixadas sós com os cães mesmo que estes sejam de propriedade da família.

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