Breves notas históricas.
Apesar de Aristóteles, Séneca e S. Tomás de Aquino, na antiguidade se terem debruçado sobre este tema, fundamentalmente por motivações filosófico-religiosas, foi Charles Darwin que no seu livro “A Origem das Espécies” dedicou um capítulo ao tema dos instintos animais em que aplicava a teoria da Selecção Natural como, aliás, havia feito anteriormente nas mutações físicas.
Mas foi já no Século XX que a Etologia nasce como Biologia do Comportamento que, depois da teoria dos Tropismos de Loeb (1918), se começam a perfilar duas grandes correntes; a de Watson ou Behaviorismo baseada nas teorias de Ivan Pavlov e do Reflexo Condicionado, e a Concepção Vitalista criada pelo Austríaco e Prémio Nobel da Medicina de 1973; Konrad Lorenz (criador do conceito imprinting do qual iremos falar mais à frente). Esta corrente baseia-se no estudo de muitos actos instintivos e no desenvolvimento de padrões ontogénicos[1] condutais inatos. E é sobre esta corrente que nos vamos debruçar.
Mas foi já no Século XX que a Etologia nasce como Biologia do Comportamento que, depois da teoria dos Tropismos de Loeb (1918), se começam a perfilar duas grandes correntes; a de Watson ou Behaviorismo baseada nas teorias de Ivan Pavlov e do Reflexo Condicionado, e a Concepção Vitalista criada pelo Austríaco e Prémio Nobel da Medicina de 1973; Konrad Lorenz (criador do conceito imprinting do qual iremos falar mais à frente). Esta corrente baseia-se no estudo de muitos actos instintivos e no desenvolvimento de padrões ontogénicos[1] condutais inatos. E é sobre esta corrente que nos vamos debruçar.
Etologia Aplicada.
Basicamente Etologia é o estudo das regras de conduta, mais ou menos complexas, dos animais em liberdade, com o objectivo de resolver problemas de sobrevivência e reprodução.
Baseando-nos neste conceito chegamos à conclusão que, através da Selecção Natural, só sobrevive e só evolui o mais apto, o espécimen mais adaptado ao meio em que está inserido, aquele que obtém maior número de cópias genéticas, que acede, melhor que outro, à fonte de recurso (alimentação) e evita com maior êxito a depredação.
Método Cientifico.
Para que uma ciência seja considerada como tal, todas as leis que produz têm que ser provadas através de experiências e observações laboratoriais. Por isso e para dar credibilidade a esta jovem ciência, vamos utilizar o Método Cientifico em todos os temas que iremos abordar.
O Método Cientifico, neste caso, não é mais nem menos que o meio que nos permite progredir no conhecimento do comportamento animal e implica, perante qualquer conduta, a pergunta obrigatória: Por quê?
Esta pergunta pode ser respondida através de diversos pontos de vista todos eles lógicos e todos correctos. Por exemplo por que ladram os cães? Podemos responder a esta pergunta com quatro tipos de resposta:
História evolutiva: descendem de outros que sabiam fazê-lo.
Em termos de desenvolvimento: aprenderam com outros adultos.
Enfoque Causal: ladram porque têm um aparelho fonético que lhes permite fazê-lo.
Enfoque funcional: necessitam fazê-lo para sua sobrevivência e/ou reprodução.
Por os dois primeiros tipos de resposta serem perfeitamente óbvios, em Etologia vamos desenvolver somente os dois últimos.
No seguimento do que foi exposto, vamos dar outro exemplo utilizando como respostas a causal e a funcional:
Porque é que os Lobos em liberdade só têm um ciclo reprodutor, tendo-o na primavera e todas as fêmeas ao mesmo tempo?
Enfoque causal: por uma questão de feromonas[2].
Enfoque funcional: É mais benéfico para os cachorros e além disso, todos os machos crescerão juntos e abandonarão a alcateia à vez, aumentando dessa forma o seu êxito reprodutor e a sua capacidade de sobrevivência
Glossário
[1] Padrões Ontongénicos são comportamentos que o animal desenvolve desde o seu nascimento que continuam inalteráveis durante todo o período vital.
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